19/10/2015

Postura

  Muita gente acha que esse lance de coluna reta, posição da mão, entre outros detalhes de postura são bobagem. Pois vou te dizer, não são!
  A maneira de sentar ou até ficar de pé, influencia diretamente o resultado do trabalho além de evitar uma baita dor nas costas e mãos. A distância e altura do seu corpo, em relação a mesa de desenho, prancheta, cavalete ou qualquer outro suporte que você usar vai determinar também o tempo da diversão. E, como tudo mais no desenho, é só uma questão fazer com um pouco de atenção, até virar uma coisa natural.

  Mas antes de falar realmente de postura, deixa eu te dizer algo que vai influenciar diretamente o resultado dela, móveis. Desenhar numa mesa comum, além de pouco confortável, limita os movimentos. Ideal mesmo seria uma mesa de desenho, aquela inclinadas, ou prancheta, mas elas são caras pacas. Vou te dar uma dica, em uma próxima postagem, que vai sair praticamente "na faixa" e vai te ajudar a começar.

 Manter a postura não consiste num conjunto de manobras contorcionistas. Justo o contrário, ela usa a forma natural do corpo se portar, para executar uma tarefa, acho que chamam de ergonomia. Então a primeira coisa é saber o que a tarefa precisa do nosso corpo. Para desenhar, precisamos de três coisas: visão e acesso da mão a toda superfície que vamos usar, bem como a mesma mobilidade em qualquer desses pontos. Ou melhor: ver e alcançar todo o papel, e conseguir fazer o mesmo movimento em qualquer ponto. Além de uma pose que possamos manter por bastante tempo.



  Usando o braço como medida,  conseguimos a postura numa tacada só: ponha-o junto ao corpo (com a coluna reta) e levantando o antebraço até formar um ângulo de 90º ( um "L"). Daí você consegue todas as medidas que precisa:
  Do cotovelo até o tampo da mesa de ter uns dois dedos, mais ou menos a altura do umbigo, se for uma prancheta, deve se considerar o lado mais baixo.  E quanto à distância, a palma da mão deve estar em no meio do papel.
 Se você tiver uma mesa ou cadeira ajustáveis fica mais fácil. Se não, como geralmente são as cadeira que são baixas demais, algumas almofadas resolvem. 
Quanto ao pescoço, não tem jeito,  temos que inclinar um pouco a cabeça, mas com essa pose você verá que é bem pouco.


Vai reparar também que é bem mais fácil aquela pegada do lápis com essa postura. E com a prancheta, mais fácil ainda.

Agora que você está sentado, e direito, vou te contar algo chocante, uma revelação bombástica,  um segredo que... nem é tão segredo assim: Diferente de que você possa achar, não se desenha com a mão.
E isso não é uma piadinha daquelas:"o que desenha é o lápis", não.  A realidade é que a mão funciona mais como uma pinça, segurando o lápis, enquanto o ombro e o cotovelo desenham.
  Esta é a hora em que você pergunta: "CuméQueÉ"?  Mas é exatamente isso. 
  Experimente fazer os movimentos no ar, sem encostar no papel. Preste bastante atenção na capacidade de movimento de cada articulação, fazendo os movimentos de cada um separadamente.  Observe bem o movimento necessário para fazer uma reta, um círculo, etc.
Evite mexer a mão nesse processo de descoberta, como se ela estivesse engessada. Não estou dizendo que nunca se mexe a mão quando se desenha, mas você vai notar que o movimento deles é bem menos necessário que imagina. Vamos fazer uma experiência: desenhe um círculo, usando somente o pulso e segurando o cotovelo, depois faça o contrário, use só o braço e mantenha o pulso parado, Você vai notar a diferença. É claro que essa experiência é uma visão extrema da coisa, mas vai dar uma boa ideia da diferença entre os dois movimentos.
  Vai ensaiando esse movimentos, que eles são úteis também para o aquecimento e alongamento dos braços e costas, que é outra coisa, que muita gente acha bobagem. Eu considero bem importante, e ajuda muito com o traço.

  Vou te deixar com uma coisa para pensar: Por que os profissionais preferem banquetas ou cadeiras com encostos pequenos, sem apoio para os braços? 

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